Salvem os nossos taxistas!!!!

A crispação entre taxistas e serviços como a Uber, como bem sabemos, já durava há muito. Contudo, nada melhor que uma boa sessão de pancadaria e destruição da propriedade alheia para dar alguma notoriedade à causa! Alguém disse que não há má publicidade.

Se uns estão ilegais, se os outros não sabem aceitar concorrência, se é desleal ou não, meus amigos, não me podia estar mais a marimbar! Como sou um pseudo esquerdista de centro/direita, ou talvez um indivíduo de classe baixa que gostava de ser burguês, ou talvez ainda (e é a hipótese mais provável), um teso sem capital para ser transportado por táxis e afins, toda esta problemática tem-me passado ao lado… até ontem!
Tal como nos jogos de futebol, o que nos fica retido na memória, não são os lances, os golos, o fair-play. É a porrada!! O que nós Portugueses gostamos de porrada… oh se gostamos! Ontem foi um verdadeiro “fartote” para quem aprecia tal espetáculo, e meus amigos e minhas amigas… que espetáculo! Insultos, pugilato, frases polémicas, quedas de viadutos, e no final, segundo o que sei, até um ternurento aperto de mão como que para sarar feridas e dizer: “ok, agora vamos embora, até porque já tenho fome e a telepizza não faz entregas aqui, mas daqui a uns dias voltamos ao mesmo. Só precisamos de uma pomadinha para dores para depois podermos novamente aviar e ser aviados.”

O meu receio é que, depois desta polémica toda, que a classe “Taxistas” possa entrar em extinção. Sim, é verdade que ontem houve alguém que disse: “as leis são como as virgens, são feitas para serem violadas”. Infelizmente todas as classes têm as suas ovelhas negras. Segundo fontes me asseguraram o taxista em questão não só não tem filhas, como também perdeu a capacidade de ter ereções devido a uma pancada que sofreu na cabeça durante uma batalha campal num jogo do Benfica para a taça de Portugal em 1976. Não só perdeu a capacidade de erguer a seu pénis taxista, como também se pôde perfeitamente verificar, cerca 85% da massa cefálica.

Não nos podemos deixar influenciar por este indivíduo! Os taxistas são na sua maioria, pessoas ternas, compreensivas e com imensa compaixão. Dou-vos um exemplo muito prático: nas poucas vezes que usufruí de um serviço de táxi, houve um encontro com um outro condutor que utilizava a famosa faixa “bus” para fugir ao trânsito. O cordial taxista que me conduzia com cautela ao meu destino, ao deparar-se com tal infração, coloca-se lado a lado com esse mesmo condutor e grita: “PARTO-TE OS DENTES TODOS DESSA BOCA COM UMA BARRA DE FERRO!” (história verídica).

Ora bem… eu desconheço as leis e códigos de ética pelos quais se regem os taxistas, mas se usar a sua faixa é punida com o arrancar da dentição, esta alma bondosa iria-a fazê-lo da forma mais humana possível. E é nesta fase que eu oiço desse lado: “este gajo é doido”. Sim! Isso é certo, mas reparem, essa seria a forma mais rápida e, quiçá, quase indolor de extrair todos os dentes do condutor que cometeu aquele crime horrendo. Ele poderia fazê-lo de várias formas: com um alicate um a um, com uma chave fendas, com um pau aos 2 e 3 de cada vez, enfim, deem asas à vossa imaginação! Mas ele não! Fazia-o de uma só vez de uma forma rápida. Como não gostar de indivíduos tão altruístas e tão preocupados com o bem-estar de terceiros?
Andar de táxi é sempre uma experiência para mais tarde recordar. Desde os diálogos de piropos, como:
“- Oh estrela! Queres cometa?
 - Vai à merda seu porco!
- Viu? Aquela está doida por mim!”

Mas se os taxistas temem pelo seu trabalho, transformem-no! Façam tours por Lisboa que, entre insultos e piropos, se tornará certamente numa forma divertida de conhecer a cidade. E quem diz Lisboa, diz outra localidade qualquer. Quem não gostaria de entrar no Táxi da Maria Rueff?!
Por isso peço-vos, salvem os taxistas! São umas das profissões do nosso imaginário, e se lhes for restrito o acesso a alguns objectos, como por exemplo barras de ferro, acho que podem ter um papel importante na nossa sociedade, que às vezes é séria demais.

Despeço-me enquanto espero que o telefone faça o download da aplicação da Uber
O Homem da Motoserra.



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