Morreu o neurónio de Margarida Rebelo Pinto


Boa tarde. Este texto hoje foi todo ele escrito com um sentimento de pena. Ou talvez de simpatia e tristeza, ou talvez não tenha sido nada disso e tenha sido só por ter estado a pintar a minha sala sem abrir as janelas. A minha sorte foi a fada dos dentes ter ligado para o 112, porque mais ninguém quis saber de mim. Veio-me então, já bem desperto no hospital e vestido com uma bonita camisa de forças, um sentimento de solidão. 
Quase de propósito dou de caras com esta bonita notícia:

“Centenas de pessoas responderam ao apelo para comparecerem ao funeral de um veterano britânico da Segunda Guerra Mundial que quase não tinha família.”

Uma bonita história de uma ex-piloto da força aérea britânica, que como não tinha familiares, os directores do lar onde residia fizeram um apelo pelas redes sociais para que as pessoas fossem assistir ao seu funeral. Acabaram por assistir ao seu funeral centenas de pessoas vindas de todas as partes do Reino Unido.

E era tão bonito que isso acontecesse em Portugal também. Mas não acontece!
Ainda há dias tive a infelicidade de ver as que declarações a…. Escritora(?) Margarida Rebelo Pinto fez a um jornal da manhã de uma estação publica de televisão em relação à crise que afecta o país. Resumidamente a… escritora(?) disse que sente "alguma repulsa e pena" face às manifestações dos portugueses, porque revelam "falta de civismo", "falta de memória" e "falta de inteligência", para além de "perturbarem o trabalho daqueles que neste momento governam o país".

E eu também senti pena … e larguei inclusivamente uma lágrima. Porquê? Porque o neurónio da Srª morreu, e ninguém falou sobre isso! Não um meus amigos, "O"! Nem uma notícia, nem um aviso no jornal, nada! E digo que o neurónio da Srª….escritora(?) morreu porque é a desculpa mais viável para alguém vomitar aquelas barbaridades em directo. Barbaridade atrás de barbaridade vomitadas em jacto, qual “Exorcista” inundando o estúdio, Lisboa e até Portugal com a asquerosidade das mesmas (nota do autor: a palavra asquerosidade talvez não exista, mas teve de ser inventada uma palavra para tentar descrever a situação) Todos ficaram escandalizados, com razão, e eu também! Mas mais do que isso fiquei com pena de um neurónio que teve uma vida de árduo trabalho, acabando por morrer sozinho, incógnito e sem reconhecimento de quem tentou ajudar.

Ouvi dizer que sozinho lutou muitos anos para conseguir que daquela boquinha saísse um discurso socialmente aceitável, para que Margarida Rebelo Pinto conseguisse andar e falar ao mesmo tempo, conjugar cores, escrever frases de uma forma minimamente coerente e depois fazer copy-paste das mesmas para todos os seus livros. Estou em crer aliás morreu de exaustão, solidão, e porque não acrescentar, de infelicidade porque, por estar sozinho, não teve "manpower" suficiente para tornar esta...escritora(?) uma... como é o termo? Ah! Pessoa! Tanto trabalhou e assim que faleceu cai tudo por terra e a…escritora (?) vem a público fazer estas declarações...como classificá-las...bem.. nem sei muito bem como as classificar. O termo "chapada na fronha" vem-me à mente, e infelizmente mais nenhum, por isso, e à falta de adjectivos, não as vou classificar.

Despeço-me com “alguma repulsa e pena” por quem profere tais declarações.

O Homem da Motoserra

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