Saudações!
Na senda das minhas rubricas de
opinião isentas intituladas “Morte a…” , que tiveram como primeiro alvo o
acordo ortográfico (ver Morte ao acordo ortográfico aí logo à vossa direita),
venho agora tecer a minha sempre controversa e sui generis opinião sobre o
flagelo desse símbolo de toda a estupidez humana que é o hashtag. Ou seja: #
Exacto. Essa merda. Um jogo do
galo sem estar sequer preenchido que pelos vistos, e citando essa fonte sempre
exacta de informação que é a wikipedia, “designam o assunto o qual está se
discutindo em tempo real no Twitter e também foi adicionado ao Facebook e Instagram. As hashtags
viram hiperlinks
dentro da rede e indexáveis pelos mecanismos de busca. Sendo assim, usuários
podem clicar nas hashtags ou buscá-las em mecanismos como o Google
para ter acesso a todos que participaram da discussão.”
Portanto a ideia será: olha,
alguém está a falar sobre chuva, deixa lá meter o dedelho, mandar umas belas postas de pescada e ver
quem são os outros atrasados mentais que não têm mais nada para fazer e andam a
discutir esta trampa. Importante? Não! Mas as redes sociais também não o são e
andamos todos lá batidos. Útil? Sim. De facto pode ser tão útil como uma micose
nos dois pés. Ou como herpes antes de ir jantar com aquela miúda especial. Ou
útil como uma diarreia quando se está preso no trânsito e só se tem um lenço de
papel no bolso, ainda por cima já meio ranhoso Portanto de uma utilidade
estúpida!
Mas enfim, desde que isso não
nos afecte não é? E aí é que a suína torce a cauda! Esta praga, qual raça de
piolhos mutantes e resistentes ao quitoso que se propagam pela escola sem
controlo e contaminam todos os alunos, professores, pais, vizinhos e
conhecidos, é impossível não ser afectado por este flagelo virtual.
A wikipedia consegue explicar
muito melhor que o que acontece, porque embora eu ainda conserve um neurónio,
ele anda muito doente. Aqui vai disto: “O Principal Problema está em que muitos
confundem a criação de "um tema" para sua fotografia com descrever
detalhadamente cada elemento da foto usando mais de 20 hashtags. O Uso
excessivo de hashtags complica a leitura a seus seguidores e dará uma qualidade
negativa ao seu conteúdo, até ao ponto que deixarás de ter seguidores.”
Pois… era para perceberem não
era? Mas não! E surgem actualizações de estado, ou comentários de fotos como
estes:
“Ugleidson está a sentir-se feliz
– A passear com quem mais gosto. #passear #feliz #gajaboa #elanãoéassimtaoboamaseugostodela
#bomalmoço #tivedepagaracontatodaefoicarocomoocaralho” #paraaproximaconvido-aparalanchar
#afinaltemnamorado #foda-se!
Ou ainda:
“Saída à noite com amigos espectaculares! #noite #bairroalto #gandabuba #ojoãofoiaogrego #joãodissequetinhasidodasobremesa #meti-mecomumagaja #vai-seavereraumgajo #cuidadocomasmulherescommaçãdeadão
“Saída à noite com amigos espectaculares! #noite #bairroalto #gandabuba #ojoãofoiaogrego #joãodissequetinhasidodasobremesa #meti-mecomumagaja #vai-seavereraumgajo #cuidadocomasmulherescommaçãdeadão
E isto sai do computador, ao bom
género de um poltergeist moderno, as suas garras cravam-se nos nossos olhos, puxam-nos
para fora, e quando caímos na nossa própria poça de sangue ataca-nos o estômago
e arranca-nos as entranhas enquanto ainda estamos conscientes. E isto não tem
fim…. E cada vez está pior! E ir hoje em dia a uma rede social torna-se um
perigo para a nossa saúde mental devido, precisamente, a uma ideia estúpida e a
pessoas que acham que abusar da mesma as torna “cool”. Notícias de última hora:
isso é merda e faz-vos parecer uns hamish que entraram pela primeira vez em
contacto com a vida real e logo em las vegas. E tão desesperados estão por
parecerem “cool” que se tornam ridículos. E utilizar o termo ridículo é ser
simpático.
Mas esperem… também posso estar
engando não é?... Mas não. Afinal não estou. É mesmo merda. E adorava ficar
aqui mais tempo a explicar-vos porque é que vocês devem parar de fazer isso,
mas não tenho muito mais tempo. Por isso vou fazer o seguinte: tenho aqui uma
bonita pedra da calçada, branca, quadrada, robusta, limpinha e vou-lhe explicar
porque é que vocês que abusam dos hashtags deviam deixar de o fazer, e depois ela
explica-vos tudo. Pode ser? Pode pois! Acho que mentes parecidas se entendem melhor, e é por isso que eu
adoro falar com a minha porta.
Também já pensei em combater fogo
com fogo, e abusar das actualizações de estado e dos hashtags. De hora a hora
descreveria o que tinha acabado de fazer, usando para tal, montes e montes e
montes de hashtags, até começar a ser nojento usar hashtags. Et voilá! Praga
terminada.
Faria qualquer coisa do género:
“Homem da motosserra a sentir-se
alividado! #mija #belamija #muitoamarela
#bebermaiságua #sacudirsótrêsvezes #jásacudimaisdetrêsvezes #prazer #guardarferramentasempingarcalça
#sucesso #esquecerdeabotoarberguilha #venderáguaardente
#gajaboareparanaberguilhaaberta #gajaboaoferececafésuacasa #feelinglucky #acordarbanheiragelo
#hospital #apoiopessoascomumrim”
Ou quiçá:
“Homem da Motoserra a sentir-se
feliz! #cafécomamigos #caféfaz-mecagar #vontadeimensa #istonãovaicorrerbem
#porpouco #alívio #faltapapel #livromargaridarebelopinto #salvopelolivro #milhosaiinteiro
#nãoaomilhotransgénico”
Por isso um apelo que
infelizmente vai cair no vazio porque ninguém lê isto, mas eu faço à mesma:
Jovem! Se tens mais de 5 anos, 10 neurónios e
uma cabeça pegada ao pescoço, para com os hashtags! Eles fazem os homens
impotentes e não deixam crescer os seios das mulheres!
Jovem! Se já usas hashtags,
encomenda já o teu caixão! Não, espera! Não faças isso! Há salvação para ti!
Pára com os hashtags e vais sentir melhorias na tua vida! Essa tua fronha vai
ficar logo mais bonita e o sexo oposto vai sentir-se muito mais atraído por ti agora
que escondeste a tua faceta nojenta de utilizador de hashtags!
Salva a tua vida, porque a
minha…já não tem salvação possível.
#despeço-mecomamizade
O Homem da Motoserra.
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